O número de processos com condenações de policiais militares por crimes sexuais aumentou em São Paulo. Entre 2020 e 8 de dezembro de 2024, eles passaram de três para 19. Durante o período, tramitaram 44 ações penais militares, nas quais foram julgados e punidos crimes como assédio sexual, ato obsceno e estupro.
A quantidade de PMs condenados ainda superaria a de processos, nos quais pode haver mais de um réu responsabilizado pelo crime, como ocorreu quando dois policiais foram condenados pelo estupro de uma cozinheira, em 2019, no litoral paulista (leia abaixo). O caso se assemelha ao suposto estupro atribuído a dois PMs da Grande São Paulo, revelado pelo Metrópoles, no início da semana passada — o qual ainda é investigado.
Também há réus arrolados em mais de um processo. Esses pormenores, porém, não constam nos dados do Tribunal de Justiça Militar (TJM) obtidos pela reportagem.
Estupro de cozinheira
Estão fora da cadeia dois ex-policiais militares condenados pelo estupro de uma cozinheira quando ambos – que estavam na corporação e de serviço pela PM – ofereceram uma carona para a vítima, à época com 19 anos, em 2019, na cidade de Praia Grande, litoral paulista.
Apesar da gravidade do crime, que contou com provas em vídeo — além de laudos periciais constatando a presença de sêmen na farda dos policiais e na roupa da vítima — ambos os PMs ficaram atrás das grades somente entre 18 de junho e 16 de dezembro de 2019.
Desde então, eles seguiam nas ruas, onde chegaram a continuar os trabalhos na corporação, antes de a repercussão sobre suas solturas culminar na reavaliação do caso e na posterior saída deles da PM.
Caso atual e semelhante
O Metrópoles revelou que uma jovem de 20 anos afirma ter sido estuprada por dois PMs em serviço, quando ambos ofereceram uma carona para a vítima, em Diadema, Grande São Paulo, no domingo de carnaval (2/3).
Os dois militares estão detidos no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana, no qual havia 202 PMs presos, até a quinta-feira (6/3). Desde total, 133 estão encarcerados por “crimes comuns” e 69, por crimes militares.
Entre os 202 detidos, três são PMs femininas. A corporação não esclareceu em quais condições as mulheres são mantidas no presídio. O espaço segue aberto.
Metrópoles