FILHA SE TORNA ADVOGADA PARA DEFENDER A MÃE EM JULGAMENTO QUE LEVOU 12 ANOS PARA ACONTECER.

Camila Pita decidiu cursar Direito com um objetivo claro: defender a própria mãe em um caso que se arrastou por mais de uma década. Rosália Maria Negrão Pita foi acusada de mat*r o namorado, José Antônio Silva Braga, em 13 de março de 2012, na cidade de Valença, interior da Bahia. No entanto, o veredito que definiria o destino de Rosália só foi proferido em setembro de 2024.

Pela primeira vez, mãe e filha falaram publicamente sobre o caso em entrevista à Agência Pública, no domingo (11). “Eu sabia cada detalhe daquele inquérito de cor. Cada palavra, cada frase. Nos dias que antecederam o julgamento, meu foco e minha determinação eram imensos. Sentia o peso da responsabilidade de trazer à tona a verdade e garantir a liberdade da minha mãe. Mal conseguia comer ou dormir. Foi um período intenso”, contou Camila, emocionada.

Camila relembra que, na madrugada de 13 de março de 2012, acordou com batidas na porta da casa onde morava com a mãe. “Eram policiais querendo saber onde ela estava. Eu tinha apenas 14 anos e fiquei desesperada. Pensei que algo grave tinha acontecido, que ela tivesse sofrido um acidente ou até morrido. Só com o tempo fui entendendo o que realmente estava acontecendo”, relatou.

Naquela mesma noite, o namorado de Rosália foi encontrado m*rto. Ela foi levada à delegacia para prestar esclarecimentos e, inicialmente, apontada como única testemunha do ocorrido. Segundo o inquérito da Polícia Civil de Valença, com base no laudo do perito criminal da cidade, Rosália apresentou uma versão de suic*d*o, mas ainda naquela noite passou a ser tratada como suspeita de h*mic*dio.

(Foto/Reprodução: Hugo Gloss)

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